Páginas

Seguidores

Número de Visitantes

sexta-feira, 25 de maio de 2012

As Máscaras de Deus by Luiz Biajoni



Mais do que Darwin, Joseph Campbell (1904-1987) investigou, ao longo de toda sua vida, não a evolução das espécies, mas a evolução das religiões. 

O resultado mais importante dessa investigação é a obra apropriadamente chamada As máscaras de Deus, dividida em 4 volumes: Mitologia primitiva, Mitologia oriental, Mitologia ocidental e Mitologia criativa

Nela, o pesquisador mostra como nasceram mitos que originaram religiões em todo o mundo, cruza dados e histórias, apontando semelhanças, mostrando onde estão os interesses por trás das religiões enquanto forças sociais e, até onde o vasto conhecimento lhe permite, desvela as metáforas das histórias mitológicas.

O mais importante desse trabalho, diz ele, é mostrar para as mentes estreitas que os mitos tendem a se tornar História – e isso é triste. Citando Alan Watts (Myth and ritual in Christianity): 

“O Cristianismo foi interpretado por uma hierarquia ortodoxa que degradou o mito até convertê-lo em ciência e história.”

Em uma de suas palestras memoráveis – várias reunidas em livros lançados no Brasil – Campbell conta sobre um trecho do livro sagrado do budismo onde Buda estica uma das mãos e de cada dedo sai um tigre que ataca seus inimigos.  Se esse trecho estivesse na Bíblia, com Jesus Cristo como protagonista, crentes iriam jurar de pés juntos que foi assim mesmo que aconteceu.

Segundo Campbell, em todo Oriente prevalece a ideia de que o último plano da existência é algo além do nosso pensamento e nosso entendimento. Sendo assim, podemos acreditar no mistério, mas não racionalizar ou querer situá-lo histórica e geograficamente. 

Linhas de pensamento religioso orientais são:

 “Saber é não saber, não saber é saber” (Upanishad).

 “Os que sabem permanecem quietos” (Tao Te King). 

Chegar ao outro lado da margem do pensamento para encontrar paz e bem-estar é a finalidade do mito oriental.

No mito ocidental existe sempre um criador e uma criatura e os dois não são o mesmo – estão sempre em conflito e sempre há alguém ou algo a atrapalhar, incomodar; um diabo, um extraviado da criação.

 Diante da pouca importância que o homem tem diante de um Deus tão exigente, ele deve se ajoelhar e servir e não questionar e obedecer a parâmetros sempre ditados por alguma instituição, uma igreja, uma denominação. 

É uma religião de subserviência, cuja gestão é o conflito e o terrorismo psicológico, imposto pelas lideranças religiosas ou auto imposto pelos crentes.

Para Campbell, “o divisor geográfico entre as esferas oriental e ocidental do mito e do ritual é o planalto do Irã”.

 O terceiro volume de As máscaras de Deus, que trata da Mitologia Ocidental, escrito em 1964, conta o nascimento da religião muçulmana e como ela cresceu no Oriente Médio, tornando-se ameaçadora para o cristianismo; as tensões que abalavam a ordem cristã que era sustentada por uma mitologia de autoridade clerical.

Talvez esse quadro geral tenha gerado o fanatismo, alimentado pelas lideranças religiosas; e o dinheiro que estas têm pode ter influenciado na ordem social. Campbell, otimista e racional, escreveu:

“Nenhum adulto hoje se voltaria para o Livro do Gênesis com o propósito de saber sobre as origens da Terra, das plantas, dos animais, do homem. Não houve nenhum primeiro casal no paraíso. Hoje nos voltamos para a ciência em busca de imagens do passado e da estrutura do mundo. O que os demônios rodopiantes do átomo e as galáxias a que nos aproximam telescópios revelam é uma maravilha que faz com que a Babel da Bíblia pareça uma fantasia do reino imaginário da querida infância de nosso cérebro.”

As escrituras sagradas estão cheias de metáforas, mas os religiosos conseguem entendê-las apenas como realidade, e  aqueles que não entendem da mesma forma são taxados de um monte de adjetivos.

Um radialista uma vez quis pegar Campbell ao vivo nesta encruzilhada e perguntou ao pesquisador o que era uma metáfora. Campbell devolveu a pergunta e o radialista deu um exemplo de metáfora: “Ele corre como um coelho”. Campbell disse que era justamente aí que estava o problema: metáfora seria se se dissesse “Ele é um coelho”. Na afirmação justa de uma realidade improvável, a condenação de um mundo.

As grandes metáforas das religiões não podem ser entendidas como realidade e não podem atrapalhar o avanço científico da sociedade; não podem interferir na paz entre países, nem em angústias para as pessoas; não podem restringir o direito de amar – ora vejam! –, nem provocar ódio. As grandes metáforas das religiões deveriam ser poesias para os ouvidos – mas ninguém quer saber de poesia!

“Alguns, talvez, queiram ainda curvar-se diante de uma máscara, por medo do destino e do incompreensível.”  Joseph Campbel

Elohim: PALAVRA QUE SE REFERE A DEUS TAMBÉM É USADA P/ DEUSES, POR QUÊ?

Baseamo-nos na mais antiga versão da Bíblia hebraica (LXX - Septuaginta). 

Elohim é a mais frequente palavra usada para Deus no Velho Testamento, aparece 2.570 na Bíblia hebraica. 

Mas Elohim  também é aplicado na Bíblia como uma referência aos deuses vizinhos do povo judeu (Êxodo 18:11; 20:3; Gn 35:2; Js 24:20;), da mesma forma é aplicado em algumas passagens com o sentido de “mensageiros, enviados ou anjos”, (Sl 8:5; 97:7; Jó 1:6;).

Perguntamos: Por qual motivo aplica-se ao  Deus biblico uma palavra que também tem sentido genérico? Teólogos responderão: "É o plural majestoso no hebraico, mas a construção da frase é singular."

Pois bem, o fato é que Elohim ñ é o nome exclusivo do Deus bíblico, é um termo que a Ele se refere da mesma forma que se refere a deuses pagãos. anjos (malakim) e juízes na Bíblia hebraica.
 
Dr. James Strong autor do  Strong’s Exhaustive Concordance, listou anjos e juízes como possíveis significados de Elohim. Tanto Genesius no Hebrew Lexicon como  o Lexicon de Brown-Driver-Briggs listam anjos e juízes como significados possíveis de Elohim.

Depois apareceu o Senhor a Abraão...levantou Abraão os olhos, olhou e viu três homens...Gn 18:1-2;

Foram estes Elohim os mesmos que depois destruiriam Sodoma e Gomorra. Quem eram eles? Resposta no meu livro ALIENS ou ANJOS?

quinta-feira, 24 de maio de 2012

· A lei mosaica é uma revelação de Deus ou cópia de leis anteriores?


"Depois disse o Senhor a Moisés: Sobe a mim ao monte, e espera ali; e dar-te-ei tábuas de pedra, e a lei, e os mandamentos que tenho escrito, para lhos ensinares” (Ex 24:12;).

“E Moisés esteve ali com o Senhor quarenta dias e quarenta noites; não comeu pão, nem bebeu água, e escreveu nas tábuas as palavras do pacto, os dez mandamentos” (Ex 34:28;). 

Cyro Moraes em seu livro “Civilização Cristã” diz:

“Aquilo que conhecemos como lei mosaica não passa de uma seleção de velhas coleções de usos e ritos sociais comuns  á outros povos mais civilizados. O código de Hamurabi, segundo a lenda babilônica, foi recebido por este rei das mãos do deus Marduk, cerca de 700  anos antes da lei de Moisés”.

O escritor Van Loon em sua obra “A Arte”, 5 ª edição, p. 63 e 64, diz que muito antes de Moisés já se conhecia as leis do código de Hamurabi sem os acréscimos infantis deste patriarca. Não podemos deixar de citar os mandamentos egípcios que muito se assemelham ao decálogo mosaico e também o código de leis (indiano) de Manu. 



Escravo tratado como mercadoria na Bíblia inspirada por Deus????


“Se alguém ferir a seu escravo ou a sua escrava com pau e os feridos morrerem debaixo de sua mão, certamente será punido, mas se ficarem vivos por um ou dois dias, não será punido, porque é dinheiro seu” (Ex 21:20-21;).

Nota: É o espancamento apoiado pela lei? Será que esta é a lei perfeita de Deus, que trata o desigual de forma leviana e não misericordiosa?

ELOHIM: Deus ou Deuses?


No princípio  Elohim criou os céus e a terra.” Gn 1:1;

 “Então disse Elohim: Façamos o homem conforme a nossa imagem e semelhança e que eles dominem sobre os peixes do mar...”

Na sequência, Gênesis 3:22, está escrito:

O homem já é como um de nós conhecendo o bem e o mal...”

Elohim é substantivo singular ou  plural para Deus ou deuses tanto no hebraico moderno como antigo. 

Quando usado com verbos e adjetivos singulares Elohim significa Deus. 

Quando usado com verbos  e adjetivos plurais Elohim significa “deuses” ou outras  designações dependendo do contexto. Há concordância entre os estudiosos que Elohim vem de Eloah, sendo a última palavra uma forma oriunda de il (אֱל, ʾēl) da língua dos povos  semitas.
 
É geralmente traduzido como Deus na Bíblia hebraica com verbos no singular tanto para o Deus de Israel  como para deidades pagãs.  Com verbos plurais a palavra é também usada como verdadeiro plural significando “deuses”. Os substantivos  Eloah (אלוה) e El (אֱל) são usados como nomes próprios ou como genéricos.

Seguem os versos em que o verbo no português demonstra o sentido plural da palavra:

Façamos o homem a nossa imagem, conforme a nossa semelhança. Gn 1:26;

Desçamos e confundamos ali a sua língua para que não entenda um a língua do outro. Gn 11:7;

Depois apareceu o Senhor a Abraão...levantou Abraão os olhos, olhou e viu três homens...Gn 18:1-2;

Como pode ser percebido claramente nas passagens (Gn 1:26; 11:7;) o verbo denuncia o sentido plural de Elohim.

 A última passagem citada  narra a aparição de  Deus a Abraão, mas na verdade foram três homens que lhe apareceram, o que torna evidente que no original o sentido da palavra “Senhor” é plural, ou seja “deuses”. 

A razão pela qual aqueles seres foram nominados de tal forma é uma questão que a teologia não pode responder. 

Como as traduções bíblicas são contraditórias e confusas, há passagens em que o verbo também aparece no singular, veja:

“Descerei e verei se de fato o que têm praticado corresponde a esse clamor que é vindo até mim. Se não, sabê-lo-ei.”Gn 18:21;

Esta é a mais frequente palavra usada para Deus no Velho Testamento, Ela aparece 2.570 na Bíblia hebraica. 

Mas Elohim  também é aplicado na Bíblia como uma referência aos deuses vizinhos do povo judeu (Êxodo 18:11; 20:3; Gn 35:2; Js 24:20;), da mesma forma é aplicado em algumas passagens com o sentido de “mensageiros, enviados ou anjos”, (Sl 8:5; 97:7; Jó 1:6;).

Esta palavra aparece no Strong’s Exhaustive Concordance (Concordância Exaustiva de Strong), #430. Significa deuses no sentido comum, mas é especificamente usado para Deus. Ocasionalmente é aplicado aos juízes bíblicos ou anjos.

terça-feira, 22 de maio de 2012

O RENASCIMENTO DO LIVRO DE ENOCH


Este livro foi amaldiçoado pelos rabinos e por alguns pais da igreja que achavam que o mesmo por não fazer parte da lista de livros inspirados dos judeus deveria ser banido do meio cristão.

 Isto tudo devido ao seu profundo conteúdo de mistério no tocante  a questão angelical e os bastidores do capítulo 6 do livro do Gênesis, o que  torna  a sua leitura um tanto inconveniente.

 Assim este livro outrora respeitado por cristãos e judeus caiu em descrédito  justamente por suas afirmações sobre os anjos caídos. 

O rabino Simeon Ben Yohai, no século II, lançou uma maldição contra todos os que nele acreditavam. 

Tendo sido amaldiçoado, queimado,  banido e perdido durante mil anos, o livro de Enoch voltou a circulação há dois séculos. 

Em 1773, rumores de uma cópia do livro levaram o explorador escocês James Bruce até a Etiópia. 

Lá ele encontrou um exemplar preservado pela igreja etíope que o coloca lado a lado com outros livros da Bíblia.


PORQUE  EXAMINÁ-LO

Em 1821 o Dr. Richard Lawrence, um professor de hebraico da Oxford, produziu a primeira tradução em inglês da obra e o mundo moderno pode vislumbrar pela primeira vez  os mistérios proibidos do livro. 

O tema central do livro de Enoch é o julgamento final dos anjos caídos. 

Apesar de já ter sido considerado um livro pós-cristianismo – as semelhanças com terminologias e ensinamentos cristãos é flagrante – descobertas de cópias do livro entre os manuscritos do mar Morto em Qumran, provam que o livro data de um período anterior a época de Jesus.

 Muitos dos conceitos usados pelo próprio Cristo e pelos apóstolos parecem estar diretamente relacionados com os termos e idéias deste livro, o que nos faz pensar que Jesus não só lera o livro como também havia adotado algumas de suas expressões. CONTINUA...

sábado, 19 de maio de 2012

A Bíblia e o Livro de Enoch - Parte II

O RETORNO DO LIVRO DE ENOCH

Datas importantes na sua história:
  
1773 – James Bruce, pesquisador britânico descobre na Etiópia três cópias do livro e os adquire.
1821 – Dr. Richard Lawrence – professor de hebraico de Oxford é responsável pela primeira versão do livro em língua inglesa.
1886 – Manuscrito esloveno é encontrado na biblioteca pública de Belgrado pelo professor Sokolov.
1947 – Entre os rolos de Qumran, vários fragmentos do livro são achados.

No século XX, a descoberta de vários textos de Enoch em aramaico entre os manuscritos do mar Morto levou J. T. Milik, um estudioso do catolicismo, levou-o a elaborar um livro de quatrocentas páginas contendo todos os manuscritos já encontrados que fariam parte do livro de Enoch original, obra publicada pela Universidade de Oxford. Ele observa estreita relação entre a história dos anjos caídos, narrada por Enoch e a dos “filhos dos deuses (bene  elohim)”, contida no livro do Gênesis. Milik afirma que o texto bíblico é um resumo do registro feito no livro de Enoch, o escriba do primeiro livro da Bíblia baseou-se nele e não o contrário.     

O RENASCIMENTO DO LIVRO DE ENOCH

Este livro foi amaldiçoado pelos rabinos e por alguns pais da igreja que achavam que o mesmo por não fazer parte da lista de livros inspirados dos judeus deveria ser banido do meio cristão. Isto tudo devido ao seu profundo conteúdo de mistério no tocante  a questão angelical e os bastidores do capítulo 6 do livro do Gênesis, o que  torna  a sua leitura um tanto inconveniente. Assim este livro outrora respeitado por cristãos e judeus caiu em descrédito  justamente por suas afirmações sobre os anjos caídos. O rabino Simeon Ben Yohai, no século II, lançou uma maldição contra todos os que nele acreditavam. Tendo sido amaldiçoado, queimado,  banido e perdido durante mil anos, o livro de Enoch voltou a circulação há dois séculos. Em 1773, rumores de uma cópia do livro levaram o explorador escocês James Bruce até a Etiópia. Lá ele encontrou um exemplar preservado pela igreja etíope que o coloca lado a lado com outros livros da Bíblia. Continua...


A Bíblia e o livro de Enoch - Parte I

 

 Primeiro descreverei um breve histórico deste maravilhoso livro:

É fácil entender porque tantos tentaram ao longo da história do cristianismo ocultar este livro da grande massa, já que suas revelações apresentam um antagonismo à visão teológica predominante. Quando os rolos de Qumran, conhecidos também como rolos do Mar Morto, foram encontrados no final dos anos 40, muitas autoridades da igreja viram ali uma possibilidade de dar ainda mais ênfase a originalidade dos textos da Bíblia, no entanto o que mais chamou a atenção foram aqueles rolos que traziam textos de livros consagrados pela comunidade religiosa que guardara  aqueles manuscritos, os essênios, e entre eles estava o livro de Enoch; tão venerado por aqueles.

O mais fascinante é que a sua datação provou que se tratava de um texto anterior a era cristã. Isto é extremamente significativo, já que  ficou provado que muitas das expressões tidas como originais do Novo Testamento,  primeiramente  apareceram no livro de Enoch, e se este livro não se enquadra no padrão canônico, imagine os outros que dele roubaram palavras, expressões e idéias. Mas desta vez as autoridades da igreja não puderam ocultar estas informações do grande público.

Aí está mais um enigma que os interessados podem junto comigo decifrar neste saboroso estudo. Hoje em dia só permanece ignorante os que assim o desejam, com a internet a disposição qualquer um pode se tornar um grande pesquisador da história, basta ter tempo para leitura e reflexão, pois há uma quantidade fabulosa de dados disponíveis para os buscadores bem avisados, e eu estou certo  que você é um deles.  Saber de certos fatos ocultos relativo à história e a religião não agrada por certo os zeladores da tradição, entretanto,  como somos todos seres em transformação cabe sempre a confrontação com novos e desafiadores argumentos.

Muitos sábios gregos identificam Enoch com Hermes trismegistus. Ele descobriu o segredo dos astros e criou um calendário e o ensinou aos homens de acordo com a Royal Masonic Cyclopaedia e a tradição hermética. Hermes para os gregos; Mercúrio para os romanos; Toth para os egípcios.  O Livro de Enoch conta-nos do seu contato com os filhos do deuses e as aventuras destes com as mulheres dos homens com as quais tiveram descendentes. Os apóstolos Pedro e Judas citam este livro, assim como os autores cristãos Orígenes, Procópio, Tertuliano, Lactâncio, Justino, Ireneu de Lião, Clemente de Alexandria e Eusébio.

“Ao todo, a vida de Enoch foi de trezentos e sessenta e cinco anos: Enoch andou na presença de Deus, e desapareceu, pois Deus levou-o.” Gênesis 5:24;

Tradução livre do final deste versículo: “...os deuses o levaram”.
Afinal, Enoch (do hebraico: iniciado) teve contato com extraterrestres? Este tema está bem desenvolvido no livro “Aliens ou Anjos?”.
 
Pois  não  há  coisa  oculta  que  não  haja  de  manifestar-se, nem  escondida  que  não  haja  de  saber-se  e  vir  á  luz. Nada há encoberto que não haja de ser descoberto, nem oculto que não haja de ser sabido.” Lc 8:17; 12:2;

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Quem eram os Filhos de Deus (ou filhos dos deuses) no Antigo Testamento da Bíblia?

  • "E aconteceu que, como os homens começaram a multiplicar-se sobre a face da terra, e lhes nasceram filhas, Viram os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas; e tomaram para si mulheres de todas as que escolheram." Gênesis 6:1-2;
O termo "filhos de Deus" em hebraico é originalmente 'Bene Elohim', termo esse que é encontrado outras quatro vezes justamente para descrever anjos:
  • “E num dia em que os filhos de Deus vieram apresentar-se perante o SENHOR, veio também Satanás entre eles.” Jó 1:6;
  • “E, vindo outro dia, em que os filhos de Deus vieram apresentar-se perante o SENHOR, veio também Satanás entre eles, apresentar-se perante o SENHOR.” Jó 2:1;
  • “Quando as estrelas da alva juntas alegremente cantavam, e todos os filhos de Deus jubilavam?” Jó 38:7;
  • "Respondeu, dizendo: Eu, porém, vejo quatro homens soltos, que andam passeando dentro do fogo, sem sofrer nenhum dano; e o aspecto do quarto é semelhante ao Filho de Deus.” Daniel 3:25;
    Cada um pode fazer a  dedução que quiser sobre quem eram estes “filhos de Deus”, mas permanece a pergunta enigmática.  Seriam seres espirituais, ou habitantes de outra galáxia?
  • "E aos anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação, reservou na escuridão e em prisões eternas até ao juízo daquele grande dia; Assim como Sodoma e Gomorra, e as cidades circunvizinhas, que, havendo-se entregue à fornicação como aqueles, e ido após outra carne, foram postas, por exemplo, sofrendo a pena do fogo eterno. Judas 1:6-7"
Ora, temos aqui uma explicação direta de que  os anjos caídos foram atrás de outra carne,  a palavra "aqueles" se refere aos anjos, que praticaram depravações sexuais  comparável àquelas  dos moradores de Sodoma e Gomorra, cujo fim segundo a Bíblia foi a destruição pelos seus pecados de sodomia.

Nesta passagem do livro de Judas vemos que os anjos deixaram sua própria habitação (o céu) para pecarem por isso foram colocados em prisões eternas até o dia do juízo. Só não entende quem não quer.
Mas podem os anjos pecarem sexualmente?
  • "Porque na ressurreição nem casam nem são dados em casamento; mas serão como os anjos de Deus no céu. Mateus 22:28;"
É claro que anjos não se casam. A passagem em Judas deixa claro que os anjos deixaram sua habitação no céu e foram após outra carne na terra. Para que os anjos pudessem se relacionar com mulheres eles deveriam ter características humanas, e temos algumas passagens que comprovam isso.
Nas situações em que anjos apresentam características humanas, são problemáticas para a teologia:
"E antes que se deitassem, cercaram a casa, os homens daquela cidade, os homens de Sodoma, desde o moço até ao velho; todo o povo de todos os bairros. E chamaram a Ló, e disseram-lhe: Onde estão os homens que a ti vieram nesta noite? Traze-os fora a nós, para que os conheçamos. Gênesis 19:4-5"
Os moradores de Sodoma, reconhecidamente pervertidos viram aqueles homens diferentes, certamente de excelente aparência, e quiseram raptá-los claramente para uma prática sexual, tanto é que Ló oferece suas filhas virgens para tentar acalmá-los:
  • "Eis aqui, duas filhas tenho, que ainda não conheceram homens; as trarei, e fareis delas como bom for aos vossos olhos; somente nada façais a estes homens, porque por isso vieram à sombra do meu telhado. Gênesis 19:8;" 
Como uma pessoa poderia hospedar anjos sem saber? Porque são exatamente como homens, são indistinguíveis, dizer que anjos não podem se materializar e viver entre os homens disfarçadamente não é apenas tolo, mas é negar o que está na própria Bíblia cristã.
  • "Não vos esqueçais da hospitalidade, porque por ela alguns, não o sabendo, hospedaram anjos. Hebreus 13:2;"
A maioria dos estudiosos cristãos entendem que os anjos caídos do livro do Gênesis não se relacionaram com as mulheres envolvidas naquele contexto, dizem que  é um ensinamento encontrado nas tradições pagãs e que não é bíblico. Porém nas tradições pagãs esses anjos decaídos são deuses, são adorados e respeitados como verdadeiras divindades, cuja veneração  era proibida por Deus.
 O famoso Gilgamesh  era visto como um semideus na tradição suméria, resultado da mistura de homens e deuses que vieram do céu. Da mesma forma Hércules e tantos outros que eram venerados nas antigas tradições pagãs. No meio cristão todos concordam que demônios são anjos caídos, mas a maioria  discorda que anjos se relacionaram com mulheres ou pudessem ter características físicas. Mas afinal, quem são eles?
Responderei nas próximas postagens.

Os Profetas Isaías, Ezequiel e Jeremias têm opiniões divergentes sobre a legitimidade dos sacrificios:

  • Para o profeta Isaías aquelas práticas sacrificiais nada tinham de divinas:
“De que me serve a multidão dos vossos sacrifícios, diz o Senhor? Já estou farto dos holocaustos de carneiros e da gordura de animais cevados; não folgo com o sangue de bezerros nem de cordeiros, nem de bodes” ( Is 1:11:).

“Diz o Senhor. É para este que olharei: para o humilde e contrito de espírito que treme da minha palavra. Mas o que sacrifica um boi é como o que mata um homem e o que sacrifica um cordeiro, como o que degola um cão [...] estes escolheram os seus próprios caminhos e a sua alma tem prazer nas suas abominações” (Is 66:2,3;).
  • Em Ezequiel 20:25-26; encontramos a explicação desta horrenda atitude: 
“Dei-lhes então estatutos que não eram bons e normas pelas quais não alcançariam a vida. Contaminei-os com as suas oferendas, levando-os a sacrificarem todo primogênito, a fim de confundi-los, de modo que ficassem sabendo que eu sou Yahweh”. 

Como você leu acima o profeta Ezequiel admitia a prática macabra de  sacrifícios de crianças entre o seu povo e que as práticas eram baseadas em um ordenamento divino, ou seja, faziam parte do plano de Deus:

“Permiti que se manchassem as suas ofertas, quando para expiação dos seus pecados ofereciam os seus primogênitos” (Ez 20:26;).
  • O profeta Jeremias 7:31; afirma que o Todo-Poderoso não ordenou nenhuma daquelas práticas:
“Eles construíram os lugares altos de Tofet no vale de Ben-Enom para queimar os seus filhos e suas filhas, o que eu não tinha ordenado e nem sequer pensado”.
Pelas passagens do livro de Gênesis, Êxodo e Levítico os sacrifícios de sangue foram instituídos pelo próprio Deus dos hebreus. 
Para Isaías nenhum tipo de sacrifício tinha qualquer significado a Deus. 
 O profeta Ezequiel admitia que estas práticas, inclusive a de sacrifícios humanos, foram instituídas por Deus para contaminar o povo, o que é um grande absurdo, você não acha?
 Para o profeta Jeremias  nada disso  teve a participação de Yahweh. 
Num ponto Isaías e Jeremias concordam: a prática de sacrifícios não era uma instituição divina. 
Qual valor tem para Deus qualquer sacrifício de sangue? 
 A prática sacrificial, oferendas de animais ou seja lá do que for, é uma criação da mente ignorante e animalesca dos nossos antepassados.