Páginas

Seguidores

Número de Visitantes

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Quando Jesus Virou Deus



Nestório, patriarca de Constantinopla no início do quinto século, ensinava que Jesus era realmente duas pessoas em uma, o humano Jesus e o divino Filho de Deus.  Maria deu a luz ao homem Jesus, mas não ao divino Jesus. Este conceito (nestorianismo) não combina com o “monofisismo”, criado por Eutiques, um abade sábio de  Constantinopla; cujo conceito era que a união entre Deus e o filho era inseparável,  Jesus na realidade era possuidor de uma única natureza, “a divina”, conseqüentemente  Maria era mãe de Deus.

Ambas as teorias eram frutos de uma controvérsia criada no século anterior pelo sacerdote
 de Alexandria, “Ario”. Ele argumentava que Jesus era  inferior ao Pai. Ele recusava usar o termo “homoousios” (de igual substância), ao descrever a relação de Cristo com Deus, ele insistiu sempre que Jesus era de substância diferente “anomoios”.

Ele afirmava também que Jesus havia sido o mais perfeito homem que pisou na face da
terra, mas não era Deus e foi por isso que esta tese ficou conhecida como “arianismo”. Este sacerdote sofreu muitas perseguições e acabou exilado, como era de praxe na época. O concílio de Nicéia em 325 d.C. rejeitou este conceito decidindo que  Jesus era da mesma substância do Pai. Em 451 d.C., o concílio de Calcedônia declarou  que Cristo é Deus encarnado.

A concepção babilônica, egípcia e grega de um deus trino não deixara lugar para o ensino de que Jesus e o Pai são duas pessoas distintas, de modo algum iguais (Mc 13:32; Jo 14:28).

Nestório não aceitava o título dado a Maria de “theotókos” (mãe de Deus), mas ensinava que ela era “chritotókos” (mãe do homem-Cristo). Esta  confusão toda que você nem eu entendemos foi criada por aqueles que se diziam inspirados por Deus. Pergunte para o seu líder religioso se ele compreende esta parafernália de termos e conceitos. Trata-se de um mistério que não é de Deus e sim dos teólogos do passado ignorante da igreja cristã.


O que estava por trás destes concílios você só vai saber se dedicar parte da sua vida
estudando-o e no final, com certeza, ficará muito desapontado como eu fiquei ao mergulhar
nos seus bastidores. Aquele era um tempo em que se formavam grupos muito mais
interessados em ganhar prestígio junto ao poder da época do que propriamente em trazer
mais luz ao povo.

Ganhavam sempre aqueles que contavam com o apoio dos imperadores, pois eram
eles que freqüentemente convocavam os concílios. Alguns que defendiam idéias opostas
eram até escoltados militarmente, como foi o caso de Nestório, no concílio de Éfeso (431),
convocado pelos dois imperadores Romanos, Teodósio II, do oriente e Valentiniano III,
do ocidente.

Este concílio de Éfeso terminou com a ex-comunhão de Cirilo pelos partidários de Nestório e a condenação e exílio deste pelo imperador Teodósio II. Era comum  no passado chamar-se homens que se destacavam de “filho de Deus”, especialmente para aqueles que eram heróis de guerra ou mestres, e como o exagero é uma premissa de todas  as religiões, também o cristianismo não ficou livre dele. Então deram á Jesus o título de Deus.

Os textos bíblicos abaixo parecem que não apóiam a idéia:

O Deus de nossos pais ressuscitou a Jesus, a quem vos matastes, pendurando-o no madeiro. 
Deus, porém, com sua destra, o exaltou a Príncipe e Salvador”. Atos 6:30,31;

O meu ensino não é meu, e sim, daquele que me enviou”. Jo 7:16;

  “Quando será o dia ninguém sabe, nem mesmo os anjos que estão nos céus, nem mesmo
 o filho, mas tão somente o Pai”.
Mt 24:35 e 36;

Eu não vim de mim mesmo, mas foi Deus quem me enviou”.  Jo 7:33;

Por que me chamas bom? Ninguém é bom senão um só, que é Deus”. Mc 10:18;

Por mim mesmo nada posso fazer...não me levo pela minha vontade, mas pela daquele
 que me enviou”. Jo 5:30; 

Muitas coisas tenho para dizer a vosso respeito e vos julgar; porém aquele que me 
enviou é verdadeiro. De modo que as coisas que dele tenho ouvido, essas  digo ao mundo”.
 Jo 8:26;

O Pai é maior do que eu”. Jo 14:28;

Em verdade, em verdade vos digo que o servo não é maior que o seu Senhor, nem o 
enviado maior do que aquele que o enviou.” Jo 13:16;

O Senhor disse ao meu Senhor: assenta-te á minha direita”. Sl 110:1; 

Do livro Raízes do Cristianismo de W.X.

Nenhum comentário:

Postar um comentário