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quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

O Velho Testamento é inspirado?

Caso fosse, deveria ser um livro que nenhum outro homem — ou grupo de homens — pudesse produzir.

Deveria conter a perfeição da filosofia.

Deveria estar totalmente de acordo com cada fato da natureza.

Não deveria conter erros em astronomia, geologia ou em quaisquer outros assuntos ou ciências.

Sua moral deveria ser a mais sublime e pura.

Suas leis e suas regras de conduta deveriam ser justas, sábias, perfeitas e perfeitamente adequadas aos fins visados.

Não deveria conter quaisquer menção da crueldade humano, nenhum exemplo de vingança, ou infâmia.

Deveria estar repleto de inteligência, de justiça, de pureza, de honestidade, de clemência e de espírito de liberdade.

Deveria opor-se a contenda, guerra, escravidão, cobiça, ignorância,  e  superstição.

Deveria desenvolver o intelecto e civilizar o coração.

Deveria satisfazer o coração e a mente dos melhores e dos mais sábios.

Deveria ser verdadeiro.

O Velho Testamento satisfaz esses quesitos?

Há algo no Velho Testamento — na história, na teoria, na lei, na moral, na ciência, acima e além das ideias, das crenças, dos costumes e dos preconceitos de seus autores e dos povos entre os quais viveram?

Os antigos hebreus acreditavam que a Terra era o centro do Universo.

Pensavam que a Terra era plana, com quatro cantos; que o céu, o firmamento, era sólido, o piso da morada de Jeová.

Imaginavam que o sol viajava ao redor da Terra e que, parando-se o sol, o dia poderia ser prolongado.

A Bíblia concorda com isso.

Acreditavam que Adão e Eva foram os primeiros seres humanos; que haviam sido criados poucos anos antes deles e que eles próprios eram seus descendentes diretos. Isso é o que a Bíblia ensina.

Se há algo certo, é que os autores da Bíblia estavam enganados sobre a criação, a astronomia, a geologia; sobre as causas dos fenômenos, a origem do mal e as causas da morte.

Deve-se admitir que, se um Ser infinito é o autor da Bíblia, então deveria saber todas as ciências, todos os fatos, e estar acima de quaisquer erros.

Se, entretanto, existem erros, enganos, falsas teorias, mitos ignorantes e asneiras na Bíblia, então deve ter sido escrita por seres finitos; ou seja, por homens ignorantes e equivocados.

Nada poderia ser mais óbvio que isso.

Por séculos a Igreja insistiu que a Bíblia era absolutamente veraz; que não continha quaisquer erros; que a história da criação era verdadeira; que sua astronomia e geologia estavam de acordo com os fatos; que os cientistas que discordavam do Velho Testamento eram infiéis e ateus.

Agora as coisas mudaram. Os cristãos educados admitem que os autores a Bíblia não estavam inspirados para as ciências. 

Agora dizem que Deus ou Jeová,  não inspirou os autores desse livro com a finalidade de instruir o mundo sobre astronomia, geologia ou qualquer ciência.

 Agora admitem que os homens inspirados que escreveram o Velho Testamento desconheciam totalmente qualquer ciência, e que escreveram sobre a Terra, as estrelas, o sol e a lua de acordo com a ignorância da época.

Foram necessários muitos séculos para forçar os teólogos a admitirem isso. Com relutância, cheios de malícia e ódio, os padres se retirarem de campo, deixando a vitória com a ciência.

 
Robert G. Ingersoll (1833 – 1899)

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