Embora ainda cause espanto, cabe esclarecer que o cristianismo não
possui símbolos religiosos originais, estes, juntamente com as narrações sobre
a criação, dilúvio, costumes, festas e outras tradições, procedem das tradições
sumérias, egípcias, persas, indianas e gregas. Tal procedimento foi amplamente
justificado por bispos e doutores que acreditavam ser esta a melhor maneira de
cativar os pagãos. O símbolo do peixe que
a igreja procurou associar a Pedro, como pescador, ou a Jesus, como pescador de
almas, nos mostra um pouco das tentativas de adaptação de certos elementos.
Esta figura aparecia desenhada nas catacumbas onde se reuniam os
cristãos, no entanto é crença muito antiga que ainda hoje é sustentada por
várias correntes esotéricas, que a Terra atravessa ciclos astrológicos, sendo o
de peixes o ciclo em que Jesus havia se manifestado; daí o uso do peixe
associado a sua imagem. Existe também a explicação que afirma ser o peixe símbolo
do cristianismo, pelo fato de Ichtus (peixe no grego), ser a sigla de Yesus
Christos Theos Huyos Soter (Jesus Cristo filho de Deus salvador).
A representação de Jesus como cordeiro segundo as autoridades da igreja,
se deve ao fato deste ser um animal muito dócil e pelo seu uso no passado em
cerimônias sacrificiais. Todavia, o cordeiro está fortemente associado á Mitra,
um dos deuses do panteão persa, cuja influência chegou até Roma. O imperador
Constantino, que por questões políticas adotou a igreja cristã, era um dos seus
ardentes adoradores, como o seu próprio pai. Mitra era o deus-sol e sua festa principal ocorria no dia 25 de
dezembro (solstício de inverno), data de nascimento de todos os deuses solares,
tais como Baco ou Dionísio (grego), Adonis (fenício), Attis (frigia) e Osíris
(egípcio). Não podemos esquecer que o
Cristo judeu traz na sua biografia elementos que também figuravam na de seus
antecessores mitológicos. Cristo é uma forma grega do termo “krishna”, que quer
dizer “filho do sol”, portanto é importante fazermos uma diferença entre o
Jesus histórico e o cristo místico.
Foi tentando adaptar-se para
melhor absorver os fiéis do mundo não-cristão que a igreja ocidental promoveu a
mudança do natal de 6 de janeiro para o dia 25 de dezembro, o que foi
amplamente reprovado pelas igrejas da Síria e da Armênia, data que só se tornou
oficial no ano de 527 d.C., é bom lembrar que tanto o natal como a páscoa tem
origem ligada aos astros, o primeiro ao sol e o segundo a lua. A palavra páscoa na língua inglesa é “easter”, uma
homenagem a deusa “Ishtar” que por
muitos milênios foi venerada nas regiões que abrangiam os rios Tigres e
Eufrates.
Quando, no passado, alguém apresentava fatos ou descobertas contrariando
o que fora estabelecido pela
igreja, era acusado de heresia e de
estar sendo usado pelo diabo. Algumas
pessoas com medo da morte na fogueira tiveram que se retratar perante a igreja,
entre eles Galileu, que apontara o erro da igreja ao afirmar que a Terra era o
centro do universo. Outros, contudo, como Giordano Bruno, preferiram morrer a
negar as hipóteses que criam ser
verdadeiras. Ao Criador são atribuídos os sofrimentos causados pelas
catástrofes naturais – furacões, terremotos etc. – estes são até chamados de
“atos de Deus”.
Por que usamos esta expressão? A
razão é simples: segundo a mitologia grega, Zeus, geralmente retratado com um
raio na mão e que corresponde a Júpiter (romanos) e Yahweh (hebreu), era o Deus
do céu e do tempo. Ele seria, pois, o responsável direto pelos sofrimentos a
eles imputados. Ao redor desta e outras crenças primitivas, os sacerdotes aos
poucos edificaram um sistema religioso com rituais e cerimônias apropriados,
muitos dos quais, com pequenas modificações, e que são encontrados ainda hoje
nas religiões modernas.
Estes elementos sem dúvida têm sua origem nas
religiões pagãs da antiguidade:
Anunciação do nascimento – Do mesmo modo como
foi anunciado o nascimento de Jesus o
templo de Luxor (Egito) exibe um relevo esculpido há muitos séculos antes da era cristã, onde vemos o deus mensageiro egípcio thot
anunciando a virgem Isis e seguida a vemos dando á luz a uma criança, Hórus.
Água benta – Era empregada pelos hindus,
egípcios, gregos e romanos.
Batismo de criança – O batismo infantil,
segundo inúmeras fontes é de origem romana.
Eucaristia – Origem baseada em um ritual
pagão realizado após as colheitas em agradecimento a Ceres (origem de cereal) e
Baco. As palavras de agradecimento eram: “esta é a carne da deusa, e este é o sangue
do nosso Deus.”
Outros elementos não deixam dúvida como o mito solar, principalmente o
ligado a Mitra (religião persa), a divindade principal do imperador Constantino, o qual uniu a igreja
com o estado e infiltrou sutilmente na religião cristã os símbolos da sua
própria fé, são eles: a mitra papal, a
mitra diocesana e o santíssimo sacramento, que tendo a forma do sol representa
a presença do próprio Deus na igreja.
By W.X.
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