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quarta-feira, 2 de novembro de 2011

É A BÍBLIA A PALAVRA DE DEUS?

 

Para ser chamada de obra de Deus ela teria que ser perfeita, mas de fato não é. Muitos cristãos fundamentalistas afirmam que ela é a perfeita palavra de Deus, no máximo poderíamos dizer que ela traz palavras de grande inspiração, mensagens de encorajamento, narrações mitológicas etc. Todavia as inconsistências que ela apresenta são inquestionáveis.

Muitas passagens demonstram uma visão divina altamente duvidosa, outras narram atrocidades inenarráveis em nome de Deus, se foi o Todo-poderoso que autorizou tudo que está lá, estamos perdidos minha gente. Há claros absurdos, práticas sacrificiais de animais e até de seres humanos, o que revela um Deus muito apetitoso por sangue. 

A Bíblia como livro histórico e religioso não está sendo insultado, ela é um maravilhoso compendium e uma das nossas conexões com passado. É um monumento ao pensamento humano, mas não podemos criar a ilusão de que se trata de um livro sem erros e contradições, e isto será facilmente provado. O fato de apontar seus deslizes não é desaprová-la, mas mostrar certos equívocos que fazem do Todo-Poderoso um Deus estúpido. Já está na hora de deixarmos de colocar na conta do Criador o que na verdade deveria só estar na conta do homem.

As traduções do hebraico, do grego e do latim para as línguas do nosso tempo deixaram lacunas e pontos obscuros nas suas surradas páginas. Muitos outros escritos foram classificados como não relevantes no concilio de Nicéia em 325 d. C., quando acima de 150 versões dos Evangelhos foram banidas por não se encaixarem na visão ortodoxa dos bispos da época.

A Bíblia judaica não inclui o Novo Testamento, que é visto como um acréscimo oportunista. Cabe afirmar também que a experiência religiosa cristã é radicalmente diferente da judaica. A Bíblia hebraica foi sendo passada e cuidadosamente preservada por mais que um milênio.

O Cristianismo não começou com Jesus, mas depois dele. E se tornou radicalmente diferente da sua fonte original. Jesus era um judeu essênio – os rolos do mar morto revelaram que as idéias que ele ensinou tinham sido parte da tradição essênia.

O Cristianismo, principalmente o católico de hoje está repleto de idéias artificiais, o que o coloca muito distante da essência do judaísmo. Não podemos deixar de lembrar que o entendimento literal de algumas passagens bíblicas criaram verdadeiras aberrações doutrinarias.

Assim como qualquer um pode juntar as palavras de um dicionário e formar as frases que quiser, podemos também embasar muitas idéias, boas e más, manipulando centenas de versos bíblicos obscuros. Isto tanto cristãos e judeus podem fazer usando os seus respectivos livros. Mas como diz o Zohar, conhecido livro judaico, registra: “Se as pessoas estão discutindo a torah e eles descordam, isto não importa, o que é importante é que estão falando sobre a torah”.

A Bíblia é uma potente ferramenta para meditação, oração e encorajamento, não podemos negar o conforto que ela traz em tempos de angústia e sofrimento, afinal é para isto que muitos textos foram compilados, tanto na Bíblia como em outros livros religiosos do planeta.

Os mandamentos bíblicos não são incompatíveis com as regras morais do hinduísmo, budismo e islamismo, os quais fazem muito bem para a sociedade, o problema é querer em pleno século XXI  elevar a bandeira da exclusividade teológica a um determinado compêndio religioso. Afinal, todos cremos que há um SER SUPREMO com bom senso, o qual jamais se revelaria apenas para um grupo de escolhidos e colocaria todos os seus mandamentos em um só livro.

"O Cristianismo é uma heresia deformada do Judaísmo". Maimônides

Extraído do Livro Paradoxos da Bíblia

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